domingo, 2 de outubro de 2011

Estudo revela que planícies de Mercúrio foram formadas por rios de lava

30.09.11 | Atualizado 30.09.11 - 12h19 | Por AFP/Terra

Estudo revela que planícies de Mercúrio foram formadas por rios de lava

No passado, rachaduras se abriram na crosta do orbe e expeliram massas magmáticas

Categoria: ASTRONOMIA | GEOLOGIA E GEOGRAFIA | PESQUISA | TECNOLOGIA E CIÊNCIA
crédito: NASA
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Enormes respiradores parecem ser fonte de grandes volumes de lava que saíram para a superfície
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Fendas vulcânicas se abriram há bilhões de anos em Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, e liberaram a lava que formou suas planícies suaves, informou um estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista Science e que descreve as descobertas de uma sonda da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) que orbita o astro desde março.

Entre 3,5 e 4 bilhões de anos atrás, fendas vulcânicas se abriram na crosta de Mercúrio e expeliram lava, formando as planícies que ocupam 6% do pequeno e quente planeta, que cobrem uma superfície equivalente a 60% dos Estados Unidos, segundo o artigo publicado.

Uma série de informes divulgados na revista descrevem as descobertas da sonda Messenger da NASA, desde que começou a orbitá-lo, em meados de março. As fendas que derramaram lava não eram como os vulcões de montanha, que se formam gradualmente ao longo do tempo, como os do Havaí, por exemplo, mas profundos cortes que expulsaram rios de lava incandescente que em alguns lugares fluíam a até dois quilômetros de profundidade.

"Estes enormes respiradores, de até 25 km de comprimento, parecem ser a fonte de grandes volumes de lava muito quente que saíram para a superfície de Mercúrio", disse James Head, um dos autores da pesquisa, professor de Ciências Geológicas da Universidade Brown, na costa leste dos Estados Unidos. Os fluxos de lava foram para a superfície, "talhando vales e criando crostas em forma de lágrima no terreno subjacente", informou Head. "Um destes depósitos é tão enorme que o vulcanismo tem que ser importante em outros lugares", explicou.

Os vulcões contribuíram para a formação dos planetas, inclusive Marte, e ajudam estes corpos celestes a liberar seu calor interno. Na Terra, erupções vulcânicas similares formaram o terreno ao longo do rio Columbia nos estados de Washington e Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, de 12 a 17 milhões de anos, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Os cientistas vislumbraram algo na superfície de Mercúrio a partir de um trio de sobrevôos do Messenger. A sonda foi lançada em 2004 e entrou em órbita no dia 18 de março. A sonda Mariner 10 foi a primeira a se aproximar de Mercúrio em 1974 e em 1975 e fazer um mapa de 45% da superfície do planeta.

A NASA espera que a Messenger lance mais luz sobre a composição da superfície de Mercúrio enquanto o orbita a cada 12 horas a uma altura mínima de 200 km. Os instrumentos da sonda também mostraram que o orbe é varrido por ventos solares. 
crédito: NASA
Esta imagem obtida pela Messenger mostra a Bacia do Goethe no Pólo Norte de Mercúrio. A imagem foi uma das primeiras enviadas pela sonda
Esta imagem obtida pela Messenger mostra a Bacia de Goethe no Pólo Norte de Mercúrio. A foto foi uma das primeiras enviadas pela sonda
 Mercúrio não tem atmosfera, o que significa que pode chegar a temperaturas de 430ºC, mas também perder todo o calor quando se distancia do Sol, atingindo os -170º C. O pequeno planeta é o único, além da Terra, que tem um campo magnético ao seu redor, mas ele não gera o mesmo escudo resistente contra a radiação solar.

"Nossos resultados indicam que a frágil magnetosfera de Mercúrio oferece muito pouca proteção do planeta frente aos ventos solares", disse outro dos autores do estudo, Thomas Zurbuchen, professor da Universidade de Michigan (norte).

Seu nome provém do deus romano mensageiro, tem muitas crateras que fazem com que sua superfície se assemelhe à Lua. O menor dos oito planetas do Sistema Solar é cerca de um terço do tamanho da Terra, quase tão denso e orbita ao redor do Sol aproximadamente a cada 88 dias terrestres.

Nova classe de planetas é descoberta por astrônomos

18.05.11 | Atualizado 18.05.11 - 14h51 | Por O Globo

Nova classe de planetas é descoberta por astrônomos

The Drifters [Os Vagabundos]: Nossa galáxia pode estar repleta de mundos andarilhos e sem sol

Categoria: ASTRONOMIA | PESQUISA | TECNOLOGIA E CIÊNCIA
Um novo tipo de planeta, escuro e solitário, acaba de ser descoberto por astrônomos norte-americanos, japoneses e neozelandeses. Um estudo liderado por David Bennet, da Universidade de Notre Dame (EUA) e publicado nesta quarta-feira na revista Nature, revela uma classe inteiramente nova de astros do tamanho de Júpiter - o maior planeta do nosso Sistema Solar, com massa 300 vezes superior à da Terra. Sua principal característica é que eles estão sozinhos no espaço, muito distantes de sua estrela (planetas sempre orbitam estrelas). Foram batizados como The Drifters [Os Vagabundos].

Para Bennet e seus colegas, esses planetas solitários são como párias espaciais, ejetados de sistemas solares em desenvolvimento. Para realizar o estudo, os astrônomos analisaram uma região do centro da nossa Via Láctea. Pelo menos 10 mundos do novo tipo foram identificados. Esse tipo de astro, por ser pequeno (para a escala do universo), distante e não emitir luz própria, não pode ser observado diretamente. Eles são detectados por inferências matemáticas.

"Nosso estudo sugere que sistemas planetários são lugares muito instáveis, com planetas sendo expulsos devido ao choque de astros", disse Bennet. Em duas décadas o conhecimento sobre planetas aumentou de forma impressionante. Para se ter idéia, não se conhecia nenhum planeta além daqueles que orbitam o Sol. Hoje, mais de 500 dos chamados exoplanetas (fora do nosso Sistema

Um planeta que teria sido 'expulso' do Sistema Solar

30.09.11 | Atualizado 30.09.11 - 19h15 | Por J. de Jorge/ABC.es - Tradução: Paulo Poian

Um planeta que teria sido 'expulso' do Sistema Solar

Pesquisa sugere que um mundo gigante desconhecido possa ter se chocado com Júpiter há bilhões de anos

Categoria: ASTROFÍSICA | ASTRONOMIA | PESQUISA | TECNOLOGIA E CIÊNCIA O Sistema Solar parece uma ordenada dança de planetas, cada um girando em seu lugar, como num balé clássico com oito figuras principais. No entanto, segundo um estudo recente, cabe a possibilidade de que no passado alguém mais estivesse no palco, e o ritmo ao qual todos dançassem tivesse mais a ver com o rock ou o jazz do que com uma harmoniosa valsa, sendo imaginável que alguns bailarinos enlouquecidos entrassem em concorrência e um deles saísse perdendo.

Uma nova pesquisa intitulada Young Solar System's Fifth Giant Planet? [Quinto Planeta Gigante no Início do Sistema Solar?] sugere que um quinto planeta gigante - os outros quatro são Urano, Saturno, Júpiter e Netuno - foi "expulso" de nosso sistema há uns quatro bilhões de anos. Esse mundo misterioso poderia ser encontrado na atualidade a milhares de anos-luz de distância e - o que tanto o tornaria surpreendente - existe a possibilidade de que tenha luas que, se reúnem as condições adequadas, ainda sejam suficientemente quentes para abrigar vida.

Nosso Sistema Solar é um lugar extraordinariamente ordenado, os planetas movem-se em órbitas amplas, quase circulares. É exemplar, muito diferente a outros descobertos onde as órbitas dos planetas ao redor de suas estrelas são muito inclinadas ou elípticas. Alguns desses mundos se aproximam tanto de seus sóis que correm o risco de morrer extenuados.

David Nesvorny, do Instituto de Investigação do Sudoeste em Boulder, Colorado (EUA), vem realizando uma série de simulações demonstrando que isto nem sempre foi assim. O cientista acha que no passado nosso sistema planetário acolheu um quinto orbe gigante com várias dúzias de vezes a massa da Terra. Este mundo de grandes dimensões poderia ter se localizado entre Saturno e Urano ou além de Netuno.

Ao que parece, uma aproximação com Júpiter tornou o sistema instável e o quinto gigante foi expulso de seu lugar de nascimento. A simulação de Nesvorny, que o Discovery News explica em seu site, indica que nosso Sistema Solar foi originalmente muito caótico. Corpos mais pequenos também receberam uma "patada" e foram enviados para longe, época em que se produziu um "bombardeio" de material que a Lua leva impresso em sua superfície sob forma de cicatrizes. 
crédito: Discovery News
Diversos corpos celestes podem ter sido expelidos para longe
Diversos corpos celestes podem ter sido expelidos para longe
 Planetas solitários

O ocorrido não é tão incrível como parece. Muitos planetas sem companhia podem ter sido expulsos de seus sistemas planetários e flutuam livremente pelo espaço. Há pouco tempo, uma equipe de pesquisadores do Japão e Nova Zelândia descobriu dez corpos escuros, da massa de Júpiter, afastados de qualquer estrela. Estes planetas solitários são bastante comuns em nossa galáxia [Veja Nova classe de planetas é descoberta por astrônomos].

Além do mais, o orbe expulso poderia ter suas próprias luas. Nesse caso, essas parceiras poderiam ser mantidas aquecidas na ausência de sua estrela e, quiçá, mantenham o suficiente calor para abrigar vida