segunda-feira, 29 de julho de 2013

Uma visita alienígena é mais fácil do que se pensava


Uma visita alienígena é mais fácil do que se pensava

Por  em 28.07.2013 as 13:00
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Um novo estudo sugere que, usando tecnologia avançada e efeitos gravitacionais, as vastas distâncias do tempo e do espaço podem ser superadas dentro das leis da Física, permitindo um contato imediato com uma facilidade surpreendente.
Usando o efeito estilingue para impulsionar sondas autorreplicantes através do espaço interestelar, uma civilização extraterrestre avançada deve ser capaz de visitar todos os cantos da galáxia em um surpreendentemente curto espaço de tempo. O Paradoxo de Fermi está de volta: a aparente contradição entre as altas estimativas de probabilidade de existência de civilizações extraterrestres e a falta de evidências para tais civilizações ou o contato com elas.

Taxa exponencial de expansão

A hipotética sonda autorreplicante (SRP), ou sonda Von Neumann, é uma ideia que tem sido pensada desde a década de 1940. Criada pelo brilhante matemático John von Neumann, é um sistema não biológico que pode se replicar. Von Neumann não estava pensando em exploração e colonização do espaço na época, mas outros pensadores, como Freeman Dyson, Eric Drexler e Robert Freitas,adotaram sua ideia exatamente justamente para isso.
Uma vez lançada ao espaço, uma SRP poderia viajar para um sistema estelar vizinho, e por meio de aplicações da robótica, montagem molecular, e inteligência artificial, buscar recursos para construir uma réplica exata de si mesma. Tudo o que precisaria fazer é encontrar um asteroide com os recursos materiais adequados.
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Com base na sofisticação e finalidade da sonda, ela poderia estabelecer colônias em planetas apropriados (distribuir organismos biológicos ou robôs com inteligência artificial embutida, ou mesmo mentes pensantes virtualizadas). De forma mais simples, uma SRP poderia gerar sondas de Bracewell (uma sonda autônoma com o objetivo de procurar e se comunicar com civilizações alienígenas), o que poderia fazer contato com uma criatura inteligente ou uma civilização.
Depois da missão executada, ele geraria versões filhas de si mesmo, que seriam enviadas para o sistema estelar mais próximo.
O poder das SRP reside em sua capacidade de se replicar a uma taxa exponencial. A taxa inicial de exploração seria lenta, mas depois seria capaz de produzir, potencialmente, milhões e milhões de descendentes – a taxa de expansão aumentaria numa ordem de magnitude. Assim, mesmo a uma velocidade de cerca de um décimo da velocidade da luz, estas sondas podem abranger uma quantidade enorme de território num espaço de tempo relativamente curto, visto de uma perspectiva cosmológica.
O conceito da SRP tem alimentado grande parte do Paradoxo de Fermi, ou seja, a sugestão de que já deveríamos ter visto sinais de extraterrestres.

Estilingue dinâmico

E agora, com uma nova publicação de Arwen Nicholson e Duncan Forgan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, o Paradoxo de Fermi apenas ficou consideravelmente pior.
Problemas potenciais ou inibidores para a propagação SRP incluem a energia e o tempo necessário para viajar a distância entre as estrelas – anos-luz. Uma sonda autoconstrutora requer motores de propulsão e uma fonte de combustível não só seria complicada, seria também muito demorada.
Mas, de acordo com o novo estudo, que foi publicado no Jornal Internacional da Astronomia, aliens (ou nossos descendentes no futuro) poderiam usar o efeito estilingue para impulsionar SRPs de estrela para estrela – um efeito já conhecido, usado para mover as sondas Voyager através do nosso sistema solar, pulando de planeta para planeta. Mas, para que funcione numa escala galáctica, as SRPs usariam manobras de estilingue em torno de estrelas, ganhando um impulso também a partir do movimento de cada estrela ao redor do centro galáctico – uma energia gigantesca, capaz de jogar estrelas e planetas pra fora da galáxia.
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Estas manobras têm pouco ou nenhum custo de energia extra.

A autorreplicação em tempo real

Curiosamente, Nicholson e Forgan assumiram a hipótese de que a sonda recolhe matéria (como poeira e gás) a partir do meio interestelar à medida que viaja através do espaço. Ela pode, literalmente, construir réplicas de si mesma enquanto está viajando – sem precisar de paradas.
“Uma sonda pai chega a nova estrela destino, e antes de se lançar no próximo estilingue enquanto dá voltas em torno da estrela, libera uma sonda réplica”, eles observam no estudo. “Tanto a sonda pai quanto a réplica usam o estilingue para aumentar a sua velocidade. À medida que o impulso de velocidade a partir de uma trajetória estilingue depende do ângulo entre as estrelas, a sonda pai e a réplica vão conseguir diferentes impulsos de velocidade, e assim terão diferentes estrelas destino”.
Usando esta técnica, uma civilização alienígena poderia enviar sondas que viajam mais rápido que 10% da velocidade da luz para cada sistema solar único na galáxia em apenas 10 milhões de anos – uma quantidade de tempo significativamente menor do que a idade da Terra.

Então, por onde andariam essas sondas?

Isto significa que uma civilização alienígena poderia (e deveria) ter chegado em nosso sistema solar até agora.
Então, onde estão as sondas? Ou as colônias?
A primeira e desapontadora possibilidade é que estamos de fato sozinhos, e não existe civilização alienígena para enviar as sondas. Mas isso é estranho e altamente improvável.
Também é possível que as sondas já estejam aqui, mas sejam invisíveis para nós. Ou não temos a tecnologia para detectá-las, ou elas estão ociosas esperando por algum momento ou ato nosso – quem sabe passarmos por algum tipo de teste ou limiar tecnológico.
Uma coisa é certa: conforme concluíram os pesquisadores, o estilingue até a estrela mais próxima continua a ser a maneira mais eficaz em tempo e esforço para explorar uma população de estrelas. [Io9Journal of Astrobiology]

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O misterioso hexágono de Saturno fotografado a partir de luz visível pela primeira vez

O misterioso hexágono de Saturno fotografado a partir de luz visível pela primeira vez

Por  em 2.05.2013 as 11:02
"A Rosa"
“A Rosa”
Desde sua descoberta, nos anos 1980, a tempestade hexagonal do polo norte de Saturno tem provocado curiosidade e especulações, até por parte dos cientistas. Recentemente, a sonda Cassini pode fazer uma passagem próxima e registrá-la em fotos e vídeo.
A partir desses dados, os cientistas sabem agora que o olho do furacão tem cerca de 2.000 km de diâmetro, 20 vezes maior que o tamanho médio do olho de um furacão terrestre. As nuvens finas e brilhantes na borda do furacão estão viajando a 150 metros por segundo dentro de uma estrutura maior, conhecida como o hexágono.
O furacão em Saturno tem diferenças substanciais em relação aos terrestres: praticamente não tem água, é muito maior, e gira a uma velocidade surpreendentemente rápida. Mesmo assim, ao estudar como o furacão de Saturno faz uso da pouca água do gigante, os cientistas esperam aprender alguma coisa sobre como são gerados e como se sustentam os furacões terrestres.
Outra diferença importante é que os furacões terrestres movem-se, enquanto este furacão parece estar preso no polo norte de Saturno. Possivelmente as mesmas forças que movimentam os furacões terrestres em direção ao norte mantenham o furacão de Saturno no seu polo norte.

Furacão antigo

A primeira imagem deste furacão e desta estrutura hexagonal foi feita pela sonda Voyager, quando passou pelo planeta na década de 1980. E a estrutura se manteve por mais de vinte anos, até a chegada da sonda Cassini.
Quando a nova nave chegou ao planeta, em 2004, o polo norte de Saturno estava escuro, pois era inverno naquele hemisfério. Ainda assim, a sonda captou imagens e dados com o espectrômetro de infravermelho.
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  • Misterioso hexágono de Saturno é fotografado de perto
  • O mapeamento de infravermelho revelou um enorme vórtex, mas uma imagem com luz visível só foi possível com a passagem do equinócio de Saturno, em agosto de 2009. E, para ver o polo, foi preciso modificar o ângulo da órbita da Cassini em torno de Saturno, uma manobra que depende da passagem pela lua Titã e requer planejamento cuidadoso, com anos de antecedência, para garantir que a espaçonave terá combustível para atingir outras órbitas planejadas e fazer outros encontros espaciais.
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    Nas imagens acima, as fotos que mostram o furacão na cor vermelha são imagens de cores falsas (tratadas para representar certos comprimentos de onda com cor diferente da natural, para destacar aspectos que os cientistas querem estudar).
    A primeira, chamada “A Rosa“, mostra nuvens baixas em vermelho e nuvens altas em verde. Esta imagem foi feita na verdade em novembro de 2012 e este tempo todo esteve sendo preparada para ser publicada. A imagem original, antes do processamento, pode ser vista aqui.

    quarta-feira, 3 de julho de 2013

    Foto: Zeta Ophiuchi, a “destruidora de mundos”

    Foto: Zeta Ophiuchi, a “destruidora de mundos”

    Por  em 19.12.2012 as 13:00
    Um monstro viaja pelo espaço: a estrela Zeta Ophiuchi, seis vezes mais quente, oito vezes mais larga, 20 vezes mais massiva e 80 mil vezes mais brilhante que o sol se desloca a uma velocidade igualmente impressionante de 24 quilômetros por segundo, ou seja, 86.400 km/h.
    A imagem acima, capturada pela NASA usando o Telescópio Espacial Spitzer, mostra a gigantesca estrela azul avançando sobre uma grande cortina de poeira espacial. Conforme se move, Zeta Ophiuchi emite fortíssimos ventos estelares, que carregam partículas de gás quente meio ano-luz à frente – “quase 800 vezes a distância entre o sol e Plutão”, segundo a NASA. “A velocidade dos ventos, somada ao movimento supersônico da estrela, resulta na espetacular colisão que vemos aqui”. Não é por acaso que a nuvem se desloca diante da estrela.
    O encontro entre o vento estelar e corpos espaciais é chamado de choque em arco (“bow shock”, em inglês) e normalmente emite luz visível mas, neste caso, por causa da cortina de poeira estelar, apenas certas ondas infravermelhas foram captadas pelo telescópio Spitzer.
    Felizmente, a monstruosa Zeta Ophiuchi está viajando a cerca de 370 anos-luz da Terra – com tamanha potência, não seria nada bom se ela resolvesse passar perto do nosso sistema solar.[Gizmodo] [NASA]