quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Terra que não deveria existir

A Terra que não deveria existir

Astrônomos pela primeira vez conseguiram determinar tanto a massa como o diâmetro de um planeta de porte similar ao da Terra fora do Sistema Solar. E o mais interessante de tudo: sua densidade é praticamente idêntica à do nosso planeta, indicando uma composição similar.
Concepção artística do planeta Kepler-78b, de composição similar à terrestre
O que faltou para ser um gêmeo da Terra foi uma órbita similar. Na verdade, o mundo Kepler-78b gira tão perto de sua estrela que, em tese, nem deveria existir.
O Mensageiro Sideral já o mencionou previamente, no momento em que sua descoberta havia sido anunciada pela equipe responsável pelo defunto satélite Kepler. Mas a técnica usada pela espaçonave para detectar planetas — que mede a redução de brilho da estrela causada pela passagem de mundos circundantes à frente dela — só permite estimar o diâmetro deles.
Agora, dois grupos independentes obtiveram estimativas da massa. Andrew Howard, da Universidade do Havaí em Manoa, e sua equipe usaram o Hires, espectrógrafo instalado no Observatório Keck. Já Francesco Pepe, da Universidade de Genebra, e seus colegas usaram o recém-instalado Harps-N, uma réplica do Harps que está instalado em La Silla, no Chile, voltada para o céu do hemisfério Norte.
Esses instrumentos permitem medir o puxão que o planeta provoca em sua estrela pela ação gravitacional, o que dá a possibilidade de estimar a massa. O primeiro grupo estimou a massa em 1,69 vez a da Terra. O segundo, em 1,86 vez. Os dois números são suficientemente próximos para que um sirva como confirmação de outro. Ambos foram publicados em artigos separados que saem na edição da amanhã do periódico científico “Nature”.
DENSIDADE GÊMEA
Ao dividir massa sobre volume, os cientistas obtêm a densidade. Como já sabiam o diâmetro (1,2 vez o da Terra) e agora obtiveram a massa, puderam calculá-la. O primeiro grupo chegou a 5,3 gramas por centímetro cúbico. O segundo, 5,57 gramas por centímetro cúbico. A densidade da Terra é de 5,52 gramas por centímetro cúbico.
Moral da história: temos aqui um planeta muito similar ao nosso, rochoso e com um núcleo predominantemente composto por ferro, orbitando uma estrela muito similar ao Sol — Kepler-78 é uma anã amarela, tipo G.
O que nos deixa apenas com o gosto amargo da órbita curta. Kepler-78b completa um ano em apenas 8h30. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, durante o dia, sua estrela ocupa metade do céu, do horizonte até o zênite. E o calor acachapante inviabiliza a presença de vida.
Aliás, a órbita é tão curta que os astrônomos nem sabem explicar como o planeta pode ter ido parar lá. E estimam que ele não vá durar para sempre. As forças de maré produzidas pela estrela continuarão a encurtar sua órbita e a estressá-lo fisicamente, até que ele seja engolido pela estrela.  Os especialistas estimam que isso vá levar uns 3 bilhões de anos. A Terra, para efeito de comparação, tem 4,7 bilhões de anos de idade.
Kepler-78 fica a 400 anos-luz da Terra, na constelação de Cisne, e apesar de ser um planeta infernal traz boas notícias consigo: planetas com o mesmo perfil de composição da Terra devem ser bem comuns no Universo. O que anima os pesquisadores a buscar mundos similares em órbitas mais largas, que permitissem temperaturas amigáveis à vida.
Eu não duvidaria se até o final da década tivéssemos um punhado desses candidatos prontos para ter sua atmosfera sondada pelo Telescópio Espacial James Webb, o sucessor do Hubble, que deve ser lançado em 2018.
O melhor ainda está por vir!
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

As 14 melhores concepções de planetas alienígenas já criadas

As 14 melhores concepções de planetas alienígenas já criadasSempre que os astrônomos encontram um exoplaneta, eles somente podem imaginar como ele é, uma vez que nossos instrumentos ainda não são poderosos o suficiente para determinar todas as suas características.

Mas nossa imaginação tem uma porção de recursos visuais. E artistas já elaboraram uma variedade de imagens impressionantes para ilustrar os mais diversos tipos de planetas fora do nosso sistema solar.
Obs.: Clique nas imagens para ampliar
HD 189733b, um gigante de gás azul com uma temperatura de mais de 1000 graus Celsius e ventos de mais de 7.000 km/h. Está localizado a 63 anos-luz de nós.
HD 189733b
Um planeta com duas luas e anéis
Um planeta com duas luas e anéis
Amanhecer em um planeta distante
Amanhecer em um planeta distante
Planeta Calderis, do jogo Dawn of War II
Calderis
“Shattered” (destruído, em português)
Shattered
Planeta orbitando um pulsar
Planeta-pulsar
Chuva de meteoros no planeta I’KALX
Chuva de meteoros no planeta I'KALX
Exoplanetas habitáveis ​​descobertos pela NASA (da esquerda para a direita: Kepler-22b, Kepler-69c, Kepler-62e, Kepler-62F) e a Terra.
Planetas habitáveis
Exoplaneta 81 Ceti b, classificado como um “Super Júpiter” e localizado a 317 anos-luz de nós
Exoplaneta 81 Ceti b
Em torno da jovem estrela Beta Pictoris, localizada a 63 anos-luz da Terra
Beta Pictoris
Planetas e luas
Planetas e luas
O planeta extrasolar HD 102272 c, localizado a 1.200 anos-luz de distância na constelação de Leo
HD 102272 c
Eclipse alienígena
Eclipse alienígena
A morte de um planeta
A morte de um planeta

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sonda da Nasa acha elemento plástico em lua de Saturno

Sonda da Nasa acha elemento plástico em lua de Saturno

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Nasa descobriu, pela primeira vez na história da exploração espacial, a presença indiscutível de um elemento da composição do plástico de origem extraterrestre. O achado foi feito pela sonda Cassini, que faz pesquisas em Titã, a maior das luas de Saturno. O estudo foi publicado no periódico Astrophysical Journal Letters. O composto foi detectado na atmosfera deste satélite por um espectrômetro infravermelho (CIRS, na sigla em inglês) da Cassini, que identificou uma pequena quantidade de propileno, um hidrocarboneto inodoro e incolor, que é uma das maiores matérias-primas da indústria petroquímica. Esta substância é empregada na fabricação de recipientes para armazenamentos, para-choques de veículos, entre outros produtos.
 
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A identificação do material pelo equipamento CIRS comprova uma forte suspeita que existe desde as primeiras observações de Titã na década de 80, quando surgiram indícios de que haveria uma grande quantidade de hidrocarbonetos na atmosfera deste satélite de Saturno. O vice-presidente de pesquisas do projeto Cassini explicou que "esta é uma nova peça do quebra-cabeça que fornecerá uma prova a mais de até que ponto entendemos o universo químico que compõe a atmosfera de Titã."
 
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Assista o video do cientista planetário da Nasa, Conor Nixon, explicando a origem desse material (EM INGLÊS):



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