quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Nada de água: vida alienígena é mais provável em planetas desérticos


Nada de água: vida alienígena é mais provável em planetas desérticos


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Por em 6.09.2011 as 18:00
Quem disse que alienígenas gostariam de viver em um planeta parecido com a Terra? Um novo estudo mostra o contrário. Ao invés de aquosos, os planetas mais habitáveis podem ser desérticos, como o mundo retratado no filme clássico de ficção científica “Duna”.
E essa não é a única conclusão surpreendente. O estudo também sugere que o ardente Vênus – onde a temperatura média da superfície é de 460 graus Celsius – poderia ter sido um deserto habitável até relativamente pouco tempo atrás, há 1 bilhão de anos.
Normalmente, as buscas pela vida em outros lugares do universo têm sido guiadas pelo fato de que na Terra, em quase todos os lugares em que há água, existe vida. Por isso, os “planetas água”, com muita água líquida na superfície, são sempre alvos importantes.
Esses mundos aquáticos poderiam ser terrestres, em grande parte cobertos por oceanos, como a Terra, ou realmente “planetas oceanos”, completamente cobertos por uma camada de água com centenas de quilômetros de profundidade – como Ganímedes, a lua congelada de Júpiter.
Mas, para ser habitável, água definitivamente não é o suficiente. Para que a vida possa ser possível, os planetas água devem orbitar sua estrela em uma região chamada “zona Cachinhos Dourados”, em que não há nem muito calor, nem muito frio.
Afinal, se os planetas estão muito longe do sol, eles congelam. E se estão muito próximos, o vapor se acumula na atmosfera, prendendo o calor que vaporiza ainda mais água, levando a um efeito estufa que ferve todos os oceanos do planeta – foi isso que aparentemente aconteceu com Vênus.
Eventualmente, esses planetas ficam tão quentes que forçam o vapor d’água na atmosfera o suficiente para que ele se dividida em hidrogênio e oxigênio pela luz ultravioleta. O hidrogênio, em seguida, escapa para o espaço, e o oxigênio possivelmente reage com a superfície em fundição e é incorporado ao manto. Assim, a atmosfera do planeta perde toda a sua água ao longo do tempo.
Em vez de planetas aquáticos com água em abundância ao longo da superfície, os pesquisadores investigaram como poderiam ser os planetas desérticos. Eles podem não ter oceanos e serem vastos e secos desertos, mas talvez tenham alguns oásis que possibilitem a vida.
O planeta Arrakis, descrito pelo filme “Duna”, é um exemplo excepcionalmente bem desenvolvido de um planeta nesses moldes que poderia ser habitável. Arrakis é uma versão maior, mais quente e mais habitável do que Marte, com uma atmosfera de oxigênio respirável e regiões polares frescas e úmidas o suficiente para produzir pequenas gotas de orvalho pela manhã.
Cientistas argumentam que a escassez de água em um planeta pode realmente ajudá-lo a ter uma maior zona habitável, e pode haver várias razões para isso. Um planeta seco tem menos água para se tornar um globo de neve e gelo, que reflete a luz solar de volta para o espaço. Ele pode, a princípio, absorver mais calor para resistir ao congelamento global.
Além disso, a escassez de água na atmosfera de um planeta seco torna-o menos quente do que um planeta aquático, ajudando a evitar um efeito estufa descontrolado. Com a menor quantidade existente de água na atmosfera, também há menos radiação ultravioleta para dividir o vapor em hidrogênio e oxigênio.
Pesquisadores fizeram experimentos com modelos tridimensionais da Terra, representando o clima em diferentes condições. Eles descobriram que uma zona habitável de um planeta seco foi três vezes maior do que um planeta aquático – o que demonstra que nosso ponto azul no universo pode não ser o único modelo de planeta habitável.
No mesmo experimento, pesquisadores descobriram que o congelamento completo de um planeta aquático ocorre quando a quantidade de luz solar cai para abaixo de 72 a 90% do que a Terra recebe, dependendo de como seu eixo de rotação é inclinado para o sol.
Já os planetas secos resistem melhor ao congelamento global. Para que eles sejam completamente congelados, a luz do sol deve estar abaixo de 58 a 77%. Isso significa que planetas secos podem estar localizados mais longe de suas estrelas e ainda sim permanecerem potencialmente habitáveis.
O cientista planetário Jim Kasting, da Universidade Estadual da Pensilvânia, EUA, que não fez parte do estudo, afirma que essa é uma pesquisa inteligente, mas que não vai realmente ajudar a encontrar novos planetas habitáveis, sejam eles de terra ou de água.
Planetas aquáticos como o nosso vão continuar sendo procurados. Planetas como Arrakis, de “Duna”, podem ser dificilmente observados por nossos telescópios. “Eu não acredito que isso vai mudar nossas estratégias para procurar a vida à distância”, afirmou Kasting.
Mas pesquisadores do estudo discordam, e dizem que a água está se mostrando tão onipresente que não pode ser considerada como um atestado de habitabilidade de um planeta.
Os cientistas salientam que não estão à procura de planetas que sejam habitáveis de forma permanente, apenas aqueles que podem ser habitáveis por tempo suficiente para a vida. Até porque nenhum planeta é habitável permanentemente.
A própria Terra pode um dia tornar-se um mundo deserto. Com o envelhecimento do nosso sol, a radiação possivelmente irá acabar com a água líquida do planeta, a dividindo em hidrogênio e oxigênio. No entanto, cientistas calculam que a Terra ainda pode permanecer habitável por bilhões de anos antes que o sol comece a morrer.
Uma questão interessante sobre habitabilidade sem dúvida é Vênus, o planeta mais quente do sistema solar. Supondo que Vênus teve oceanos de água líquida, os cálculos dos pesquisadores sugerem que é possível que Vênus tenha passado por um período em que era um planeta seco, mas habitável.
Pesquisas futuras poderão investigar mais precisamente como planetas possivelmente habitáveis no passado, como Vênus, podem ter sido. [Space]

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