terça-feira, 14 de junho de 2011

Vulcões: A Fúria Adormecida

Nas profundezas da Terra, entre o centro de ferro fundido e a fina camada na superfície, há uma parte de pedra sólida chamada de manto, ainda quente por causa da formação do nosso planeta há cerca de 4.6 bilhões de anos. Como as pedras são grandes isolantes, o calor demora para se dissipar.
Quando as pedras do manto se derretem, elas se transformam em magma, que chega à superfície através da crosta externa da terra, e libera os gases contidos. Quando a pressão é muito forte, vulcões entram em erupção. A pressão aumenta se a quantidade de magma que vai do manto da terra até o vulcão é alta. Por outro lado, a pressão pode aumentar dentro do cone de

No subsolo, esta rocha fundida é chamada de magma. Quando o vulcão entra em erupção, o magma é lançado para fora em forma de lava.
magma do vulcão. Isso acontece porque quando o magma no cone começa a esfriar, ele libera gases que se expandem, aumentando a pressão. Quando a pressão é muito forte, as rochas que formam o vulcão racham, e o magma escapa pela superfície — é a erupção. Em alguns vulcões, a quantidade de magma que sai da terra é relativamente constante, então as erupções são frequentes; em outros, o magma sobe em bolhas a cada 100 ou até mesmo 1000 anos, por isso as erupções são raras.
Quando ainda é subterrâneo, este manto rochoso é chamado de magma. Assim que atinge a superfície e se derrama pelos lados de um vulcão, passa a se chamar lava. Geralmente, quanto mais quente a lava, mais fluida ela é, e mais rapidamente ela escorre. As lavas havaianas tendem a ser as mais quentes da escala. Quando entram em erupção, elas chegam a 1.175º C.
Em agosto de 1883, Krakatoa (ou Krakatau, em javanês), uma ilhota encravada no estreito entre as ilhas de Sumatra e Java, foi pulverizada numa das maiores explosões já registradas na história. Saldo da catástrofe: mais de 36.000 mortos, na maioria afogados por gigantescas paredes de água, os tsunamis, que invadiram as ilhas próximas. A hecatombe é contada em minúcias pelo geólogo inglês Simon Winchester em Krakatoa, o Dia em que o Mundo Explodiu. Alinhavando relatos sobre o cotidiano da região, documentos oficiais e dados científicos, Winchester delineia um quadro completo da situação social, econômica e política das então chamadas Índias Orientais, e mostra como um fenômeno geológico de grandes proporções pode afetar uma sociedade, e até mesmo toda a humanidade, por várias gerações. No caso do Krakatoa, o autor credita à explosão um fortalecimento do misticismo e da religiosidade das populações atingidas, um dos componentes da fórmula que resultou na independência da Indonésia em 1949, até então uma colônia holandesa.
A origem e o funcionamento dos vulcões só foram compreendidos de fato a partir de 1965, quando o canadense Tuzo Wilson apresentou sua teoria das placas tectônicas. Pela teoria — hoje comprovada —, a camada mais externa do planeta é formada por blocos rochosos que se encaixam como num quebra-cabeça e flutuam sobre uma camada interna de rocha derretida. Os vulcões nascem nos pontos onde essas placas se chocam ou se afastam, liberando material incandescente — o magma — do subterrâneo. É assim que a ciência explica a construção do arquipélago havaiano sobre uma fresta aberta no solo oceânico, no meio do Pacífico.

A erupção do Vulcão Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, lançou na atmosfera 20 milhões de toneladas de dióxido de enxofre — substância responsável pela chuva ácida —, mais do que é emitido nos Estados Unidos durante um ano inteiro
Os milhares de ilhas da Indonésia, que repousam sobre uma zona em que duas placas tectônicas se encontram, são um dos melhores cenários para grandes detonações, como a do Krakatoa. O choque entre as placas pode ativar qualquer um dos cerca de 130 vulcões da área. Como válvulas mal reguladas de uma imensa panela de pressão, vez por outra um deles estoura, lançando ao ar milhões de toneladas de magma. O Krakatoa até que foi modesto. Em 1815, outro monte indonésio, o Tambora, deu seu espetáculo de destruição com uma intensidade dez vezes maior — essa, sim, a mais colossal explosão já registrada. Calcula-se que a erupção e seus efeitos posteriores tenham causado a morte de 70.000 pessoas. As cinzas e os gases liberados na atmosfera resfriaram o planeta e provocaram grandes perdas na agricultura. A Europa viveria no ano seguinte, 1816, uma era de fome e crises sociais, no que se chamou de "ano sem verão".
Os vulcões têm outras armas de destruição em massa — uma delas, a perigosa combinação de água com o magma. Uma geleira ou um lago acomodados na cratera de um vulcão entram facilmente em ebulição com a saída do magma. Então, uma avalanche mortal de lama fervente, chamada lahar, escorre encosta abaixo. Foi isso, uma locomotiva de toneladas de pedras, cinzas, terra e água, que matou 23.000 pessoas, em 1985, na erupção do Nevado del Ruiz, na Colômbia. O número de vítimas do lahar só foi menor — 350 — na erupção do filipino Pinatubo, em 1991, porque houve tempo de evacuar as centenas de milhares de moradores dos arredores. Tão ou mais perigosos do que o lahar são os fluxos piroclásticos — golfadas de gases e lascas de material vulcânico, que avançam a mais de 200 quilômetros por hora, queimando tudo pela frente. Foi um desses que soterrou Pompéia e Herculano, no sul da Itália, no ano 79 d.C., legando para a posteridade um museu calcinado do cotidiano da civilização romana no início da era cristã.
Os vulcões ativos, porém, não deixam em seu rastro apenas morte e trauma. Poucos anos depois da explosão do Krakatoa, que eliminou qualquer animal ou vegetal da área, as ruínas da ilha já eram recolonizadas por sementes, grãos de pólen, esporos e minúsculos insetos, arrastados pelos ventos. Terras férteis, aliás, constituem um dos principais subprodutos das erupções vulcânicas — e um grande atrativo para milhões de pessoas, no mundo todo, que se arriscam vivendo ao pé desses montes sempre à beira de um ataque de nervos. Há teorias, aliás, que dizem ser eles as fornalhas em que se criou toda a água do planeta. Segundo esse raciocínio, em tempos primordiais, o magma continha grandes quantidades de oxigênio e hidrogênio em sua composição. A cada erupção, esses gases eram liberados na atmosfera em forma de vapor — o qual, ao se resfriar, se condensava e virava água.
Aos efeitos físicos imediatos da revolução tectônica seguem-se as consequências indiretas — ambientais, sociais, econômicas e culturais, traduzidas em mitos que perduram pelos séculos. As explosões vulcânicas ressoam no cinema — em filmes como Krakatoa Inferno de Java, Stromboli e Inferno de Dante — e na literatura. Atribui-se ao mau tempo criado pelo Tambora, por exemplo, o poema Darkness (Trevas), de Lord Byron. Foi esse mesmo mau tempo que trancafiou o poeta Percy Shelley e sua mulher, Mary, no verão de 1816, numa vila à beira de um lago suíço, em cuja reclusão Mary Shelley gestou a novela gótica Frankenstein.
O Monte St. Helena, no Estado de Washington (EUA), entrou em erupção em 18 de maio de 1980. Uma avalanche de lava incandescente jorrou da montanha a uma velocidade de mais de 480km/h, lançando fragmentos e cinzas a uma altura de 16km. As cinzas caíram a uma distância de até 1.500km e a explosão foi ouvida na Califórnia e Montana. Cinza superaquecida, gases e lava devastaram as áreas próximas e causaram várias mortes. Desde então, cientistas têm monitorado de perto atividades no vulcão, esperando pelo desastre novamente. Em setembro de 2004, a montanha começou a mexer e ganhar vida novamente, com erupções que levaram cinzas a quilômetros de distância nas Cascades. A partir daí, a lava vem escapando por dentro da cratera e o teto formado ainda está crescendo. O vulcão foi colocado em alerta nível dois, o que significa que pode haver mais erupções. Então, será que o Monte St. Helena está prestes a explodir?


Vista espacial que registra informações térmicas da superfície mostra o vulcão do monte Santa Helena, nos Estados Unidos, dias após uma erupção


  • Vídeos sobre o Monte Santa Helena (Mt. St. Helens)

  • Índice de Explosividade Vulcânica
    O Índice de Explosividade Vulcânica (VEI) compara a violência de diferentes erupções vulcânicas. Considera diversos fatores como a altura da pluma ou coluna da explosão, o volume do material emitido e a duração da erupção.
    VEI 0 Erupções não explosivas com plumas inferiores a 100 m de altura; emissão inferior a 1000 m3 de piroclastos; duração variável; ex. Kilauea, Havaí, 1983.
    VEI 1 Erupção suave com pluma entre 100-1000 m altura; emissão inferior a 10000 m3 de piroclastos; explosões até 1 h; ex. Stromboli, Itália.
    VEI 2 Erupção explosiva com pluma entre 1-5 km de altura; emissão até 0,01 km3 de piroclastos; duração entre 1-6 h; ex. Colima, México, 1991.
    VEI 3 Erupção intensa com pluma entre 3-15 km de altura; emissão de 0,01-0,1 km3 de piroclastos; duração entre 1-12 h; ex. Nevado del Ruiz, Colômbia, 1985.
    VEI 4 Erupção catastrófica com pluma entre 10-25 km de altura; emissão de 0,1-1 km3 de piroclastos; duração entre 1-12 h; ex. Sakura-Jima, Japão, 1914.
    VEI 5 Erupção catastrófica com pluma superior a 25 km de altura; emissão de 1-10 km3 de piroclastos; duração entre 6-12 h; ex. Monte St. Helens (Monte Santa Helena), EUA, 1980.
    VEI 6 Erupção colossal com pluma superior a 25 km de altura; emissão de 10-100 km3 de piroclastos; duração superior a 12 h; ex. Krakatoa, Indonésia, 1883.
    VEI 7 Erupção super-colossal com pluma superior a 25 km de altura; emissão de 100-1000 km3 de piroclastos; duração superior a 12 h; ex. Tambora, 1815.
    VEI 8 Erupção mega-colossal; emissão superior a 1000 km3 de piroclastos; Yellowstone, EUA, há 640000 anos.


  • Escavações descobrem "Pompéia do Oriente


  • Krakatoa: Além de qualquer limite

  • Dois Vulcões
    Volcanoes near Mexico City
    Esta foto da International Space Station (ISS) mostra um par de vulcões no México. Como parte do "Cinturão de Fogo" que se estende ao longo do Pacífico, o México possui vários dos mais ativos vulcões do mundo, sendo que o mais famoso é o Popocatepetl (em Asteca significa: "montanha de fumaça") à esquerda. O vulcão vizinho é Iztaccíhuatl (a "Mulher de Branco". A tênue fumaça emanando da cratera do Popocatepetl mostra o perigo que representa para os 25 milhões de pessoas que vivem na região, incluindo a cidade próxima de Amecameca, bem como os centros metropolitanos da Cidade do México no nordeste e Puebla no leste.

    Imagem: NASA
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    Erupção vulcânica em Io
    Uma erupção vulcânica na lua de Júpiter, Io, foi fotografada no dia 22 de fevereiro de 2000, pela espaçonave Galileo da NASA. A área alaranjada no lado esquerdo da imagem mostra a trajetória da lava fervente, e as duas pequenas luminosidades acima são os locais da erupção e de onde a lava está escorrendo. Na parte mais clara da foto está situada uma imensa cratera com mais de 60 quilômetros de extensão. Como se vê, os planetas do sistema solar, bem como as suas luas, têm muitos pontos em comum, que poderão ajudar nas futuras pesquisas cientificas.
    Imagem: NASA/JPL
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    Um vulcão de proporções inimagináveis
    O enorme vulcão Mons Olympus aparece em toda a sua estatura, numa imagem grande-angular fotografada pelo Mars Global Surveyor. Tirada durante um período de cinco minutos, enquanto o Surveyor passava perto da superfície, a imagem olha para dentro da caldeira no topo do vulcão, que tem 80 quilômetros de largura. Vulcão largo, de beiradas oblíquas, o Mons Olympus é o ponto mais alto de Marte, atingindo 5,6 metros de altitude, acima da planície juncada de lavas.
    Imagem da NASA/Jet Propulson Latoratory/Malin Space Sciences Systems



    Imagem de marte registrada pela Mars Odissey revela região formada provavelmente a partir de atividade vulcânica batizada de 'Labirinto Noturno'
    Imagem da NASA/Jet Propulson Latoratory/Malin Space Sciences Systems
    O que está acontecendo com aquele vulcão? Está em erupção! O engenheiro e astronauta americano Jeff Williams, que partiu na mesma missão que Marcos Pontes, é o autor da foto. Williams, que estava a bordo da Estação Internacional Espacial, começou a fotografar rapidamente o espetáculo do vulcão Cleveland, pois a erupção durou aproximadamente duas horas. O vulcão fica em uma ilha que faz parte da cadeia de ilhas Aleutianas, no Alasca, e a comunidade povoada mais próxima fica a cerca de 75 quilômetros da ilha. O Cleveland é abastecido pelo magma deslocado da placa tectônica do Pacífico (noroeste), que fica sob a placa tectônica da América do Norte.
    Imagem: NASA
    Cronologia das erupções vulcânicas mais importantes

  • 79 d.C. Vesúvio (Pompéia, Itália)

  • 1586  Kelut (Indonésia)

  • 1672  Merapi (Indonésia)

  • 1660 Guagua Pichincha (Equador)

  • 1783 Laki (Islândia)

  • 1792 Unzen (Japão)

  • 1815 Tambora (Indonésia)

  • 1883 Krakatoa (Indonésia)

  • 1902 Monte Pelée (Martinica)

  • 1912 Katmai (Alaska)


  • 1929 Santiaguito (Guatemala)

  • 1956 Bezymianny (Rússia)

  • 1963 Surtsey (Islândia)

  • 1980 St. Helens (USA)

  • 1985 Nevado del Ruiz (Colômbia)

  • 1991 Pinatubo (Filipinas

  • 1998 San Cristobal (Nicarágua

  • 1998 Pacaya (Guatemala)

  • 2002 Shiveluch (Rússia)

  • 2002 Nyragongo (República Democrática do Congo)

  • ESA divulga imagens de ‘casal’ de vulcões em Marte
    6 de abril de 2011
    A nave Mars Express da ESA (Agência Espacial Europeia) enviou imagens de um par de vulcões, localizados no hemisfério norte do Planeta Vermelho. Muito depois de ter cessado a atividade vulcânica, a área foi transformada pelo impacto de meteoritos, que depositaram material nos lados dos vulcões.
    Quando a nave passou novamente por cima para captar os últimos dados, as nuvens já se tinham dissipado, daí que haja uma linha fininha entre eles, na imagem final.
    A palavra latina "tholus" refere-se à estrutura cônica dos vulcões. A base do Ceraunius Tholus tem 130 km de comprimento, o seu pico ergue-se até aos 5,5 km. No seu cume está a grande caldeira de 25 km de largura. Com uma morfologia semelhante à do seu vizinho, e localizado 60 km mais a norte, o Uranius Tholus é um vulcão menor, com uma base com um diâmetro de 62 km e uma altura de 4,5 km.
    Os flancos do Ceraunius Tholus são relativamente íngremes, com uma inclinação de 8°, e está rodeada de vales. Têm cortes profundos em vários locais, sugerindo que tenha havido deposição de material macio e de fácil erosão, como camadas de cinza, depositadas durante as erupções vulcânicas.
    O maior e mais profundo destes vales tem cerca de 3,5 Km de comprimento e 300 m de profundidade e termina numa grande cratera de impacto, de forma alargada, situada entre os dois vulcões, na qual se nota a deposição de sedimentos em forma de leque.
    Apesar de ainda haver algum debate científico relacionado com a origem do leque, acredita-se que pode ter sido formado quando o material de uma câmara de lava ou tubo foi empurrada para baixo pelo degelo do cume do vulcão.
    O cume da cratera — a caldeira — é plano e suave, ou seja, é possível que tenha tido um lago nos primórdios da história de Marte, quando a atmosfera era mais densa. Também é possível que a água tenha sido produzida quando a atividade vulcânica derreteu estruturas conhecidas como lentes de gelo.
    A lente de gelo forma-se quando a umidade se entranha abaixo da superfície e forma uma camada gelada entre o solo e a camada rochosa por baixo.
    A cratera alongada entre os dois vulcões tem o nome de Rahe. Mede 35 km por 18 km e é o resultado do impacto oblíquo de um meteorito.
    Uma cratera de impacto menor, com 13 km, pode ser vista a oeste de Uranius Tholus. Esta também se formou depois de terminada toda a atividade vulcânica e o material projetado cobriu as laterais inferiores da cratera, o que implica que apenas as estruturas superiores originais sejam agora visíveis.
    Fonte: Agência ESA
    Veja abaixo a galeria de fotos dos vulcões:



    Erupção do Vesúvio atingiria 3 milhões de pessoas
    Um estudo conjunto de cientistas americanos e italianos alerta que a próxima erupção do vulcão Vesúvio, na Itália, pode ser muito pior do que as autoridades italianas estão esperando.
    Atualmente, o país tem planos para a evacuação de 600 mil pessoas da cidade de Nápoles, vizinha ao vulcão.
    Com base na nova pesquisa, os cientistas dizem que até 3 milhões de pessoas estariam em risco.
    O Vesúvio é mais conhecido por sua erupção no ano 79 d.C., quando as lavas encobriram a cidade de Pompéia.
    Passado
    Os planos atuais das autoridades para evacuação de Nápoles são baseados no tamanho de uma erupção ocorrida em 1631.
    O estudo diz, porém, que o Vesúvio entrou em erupção oito vezes antes disso e com força ainda maior.
    Essas erupções causaram devastações que atingiram áreas bem além do que hoje é Nápoles.
    A pesquisa, publicada pela Academia de Ciências dos Estados Unidos, mostra que em uma erupção na Idade do Bronze, a mais recente delas, rios de lava quente e cinzas correram até 25 km a noroeste do vulcão, bem além de Nápoles dos dias de hoje.
    Tudo o que estava nos primeiros 12 km foi levado embora pela força da torrente.
    Dezenas de centímetros de pedras, brasas e cinzas "choveram" na região a leste do vulcão e o peso derrubaria os telhados das casas modernas.
    Risco de erupção
    Segundo os autores da pesquisa, se forem acompanhados os ciclos vulcânicos do Vesúvio, a repetição dessa erupção é tão provável quanto a repetição do evento de 1631 e Nápoles precisa saber como poderá ser.
    Michael Sheridan, um dos cientistas, diz ter sido motivado pela experiência do furacão Katrina nos Estados Unidos, no ano passado, quando as autoridades não se prepararam de forma adequada para o desastre.
    No pior cenário, o Vesúvio seria muito mais feroz e não haveria nada depois da erupção.
    Poucos vulcões do mundo são tão monitorados quanto o Vesúvio, e os cientistas acreditam que saberão quando ele estiver prestes a entrar em erupção.

    Foto aérea do Vesúvio
    A erupção vulcânica mais famosa de todos os tempos foi a do Vesúvio, que enterrou em cinzas e lavas as cidades de Pompéia e Herculano no ano 79 da nossa era. Os cientistas aprenderam muito sobre o comportamento dos vulcões ao analisar as evidências encontradas nas ruínas da cidade. Eles acreditam que o Vesúvio deve entrar em erupção a cada 2.000 anos (?).
    Imagem: Arquivo Starnews 2001
    Itália se prepara para uma possível nova erupção do Vesúvio
    A possível erupção do Vesúvio, vulcão próximo a Nápoles, é uma fonte de preocupação para a Defesa Civil italiana, que estuda ampliar a zona considerada de risco e organiza novos planos de evacuação.
    Os problemas gerados pela erupção do vulcão islandês Eyjafjallajokull fizeram a Itália lembrar o perigo sempre latente de uma erupção do Vesúvio, no sul do país.
    "O Vesúvio é o maior problema da Defesa Civil", explicou o chefe do organismo, Guido Bertolaso, que tem uma ampla experiência em catástrofes naturais, como o terremoto que devastou a região dos Abruzos em abril do ano passado.
    O vulcão está agora no que os vulcanólogos chamam "ciclo de repouso", o que não quer dizer que não possa despertar de uma hora para outra.
    Em março de 1944 o Vesúvio mostrou novamente a sua pior cara, com uma forte erupção que felizmente não causou vítimas, assim como a 1906, as duas únicas erupções registradas no século XX.
    Em 1631 a atividade do vulcão causou mais de mil vítimas, embora a pior erupção tenha sido a do ano 79, que deixou dois mil mortos e sepultou as localidades de Pompéia e Herculano.
    Mas a situação mudou desde a última erupção nas bordas do Vesúvio. Em 60 anos a área, chamada de "zona vesuviana" passou de quase desértica para uma das áreas de maior densidade populacional da Europa, devido, sobretudo, à construção em massa de imóveis ilegais.
    Bertolaso denunciou que muitas pessoas construíram com o dinheiro público que ganharam para fixar residência em uma área longe da "zona vermelha", mas alugaram sua casa anterior na encosta.
    Na atual "zona vermelha" — sinalizada pela Defesa Civil e que tem um raio de 9,12 quilômetros — há 18 municípios com cerca de 700 mil habitantes.
    Atualmente, revelou Bertolaso, se estuda ampliar a área de perigo, por isso que um eventual plano de evacuação poderá incluir cerca de um milhão de pessoas.
    O chefe do organismo assegurou que não há porque se alarmar, "que se trata apenas de prevenção". No último documento da Defesa Civil, do dia 2 de abril, se afirma que "não se registram fenômenos precursores de início de uma possível atividade eruptiva em breve".
    No entanto, a descrição do principal responsável da Defesa Civil da possível erupção do Vesúvio não para por aí: "a explosão do vulcão provocaria uma coluna de fumaça e lixo de 20 quilômetros de altura e a queda das cinzas afetaria uma área que chegaria inclusive ao Lácio", região do centro da Itália pertencente a Roma.
    Além disso, acrescentou, a nova erupção seria acompanhada de terremotos "com consequências comparáveis ao que acontece em L'Aquila ano passado".
    Para a evacuação das pessoas que vivem nas margens do vulcão dormente "teríamos como máximo de tempo à disposição uma semana, talvez menos, três ou quatro dias", antes que a erupção se transformasse em uma catástrofe.
    Há algumas semanas, os cientistas do Observatório Vesuviano e da Universidade Federico II de Nápoles, assim como o pessoal da Comissão de Grandes Riscos, estudam novos planos de emergência.
    No documento do dia 2 de abril, a Defesa Civil descreve passo a passo e hora a hora como comportar-se em caso de erupção e como ir evacuando as diferentes zonas: vermelha, amarela e azul.
    Também descreve quais serão as localidades dispostas a acolher às centenas de milhares de habitantes que teriam que ser desalojados.
    Bertolaso explicou que o órgão também segue prestando atenção à atividade dos 12 vulcões subterrâneos, localizados nos mar Tirreno e no Canal da Sicília.
    No entanto, embora o Vesúvio seja o mais conhecido dos vulcões, Bertolaso adverte que o que tem "a escopeta carregada" é o monte Epomeo na ilha de Isquia, no golfo de Nápoles, cuja última erupção foi em 1300, "mas se observou que nestes séculos o cone cresceu 800 metros e está carregando a câmara magmática".

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    Fonte: EFE, 29 de abril de 2010.


    Exposição reúne corpos de vítimas de erupção em Pompéia


    MONITORAMENTO DO VESÚVIO EM TEMPO REAL Clique para saber a todo momento sobre o perigo de uma erupção imediata.

    Vulcão Merapi, Indonésia
    O vulcão Merapi, situado a cerca de 450 quilômetros a leste de Jacarta, é um dos mais perigosos do anel de fogo do Pacífico. A Indonésia tem a maior densidade de vulcões do mundo. Em 1994, o Merapi matou 70 pessoas, a maioria depois da queda de cinzas quentes e outros materiais. Em 1930, causou a morte de 1.300 pessoas. E o Merapi continua matando...
    Veja mais reportagens na página da BBC Brasil >>

    Uma violenta tempestade de raios, ocasionada por uma grande erupção
    vulcânica. A fumaça expelida pela cratera cria nuvens altamente
    carregadas de eletricidade nas imediações do vulcão.
    Placa assinala vulcão extinto
    O município de Casimiro de Abreu, no litoral do Norte Fluminense, ganhou no dia 1 de abril de 2006 uma placa geológica contando a história do Morro de São João, formação vulcânica de 60 milhões de anos. A placa, que fica às margens do Rio São João, indica que o morro é parte do Caminho dos Vulcões, corredor de estruturas geológicas no Estado do Rio que se estende de Itatiaia até Arraial do Cabo. A iniciativa é parte do projeto Caminhos Geológicos, que pretende incentivar o ecoturismo no estado.
    O projeto Caminhos Geológicos já instalou 54 placas em 20 municípios do estado desde 2001. O vulcão mais bem preservado do Rio fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e a mais importante placa geológica do estado é a instalada no Pão de Açúcar. Os vulcões extintos do estado formaram-se entre 80 milhões e 40 milhões de anos atrás, ao longo de uma área que abrange o Parque Nacional do Itatiaia, a Serra do Mendanha, Tinguá, Itaúna e Rio Bonito, entre outras localidades.
    Vulcões de gelo
    Imagens da sonda Cassini reforçam a teoria de que duas regiões de Titã, uma das luas de Saturno, têm vulcões que lançam em sua atmosfera um líquido gelado, em vez de lava ardente. Os vulcões liberam uma mistura de água gelada, amônia e metano. As imagens mostram brumas sobre áreas com um fluxo de líquido na superfície.
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    Fonte: Discovery Channel

    Foto do hemisfério de Mercúrio (Foto: Nasa/Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins/Instituição Carnegie de Washington) Astronomia
    Novas fotos sugerem atividade vulcânica em Mercúrio.


    Não deixe de ver:


  • Pompéia, 79 d.C.

  • O Longo Sono de Pompéia e Herculano


    Supervulcão
    Supervolcano mistura ciência, dramaturgia e imagens criadas por computador para revelar o que poderia acontecer se o vulcão de Yellowstone (EUA), parque nacional que abriga o único supervulcão atualmente ativo do mundo, entrasse novamente em erupção.

    Saiba como os vulcões entram em erupção


    Vulcão Pacaya em erupção
    Vulcões forçam retirada de milhares no
    Equador e na Guatemala. Sismólogos
    advertiram sobre possíveis novas erupções
    do Pacaya, na Guatemala – 29/5/2010.

    Imagens da Nasa mostram vulcões em erupção vistos do espaço; veja




    Nova fissura se abre em vulcão em erupção na Islândia
    Abertura no Fimmvorduhals surpreendeu os cientistas. Vulcão começou a expelir lava em 21 de março, após 200 anos adormecido.
    O acontecimento surpreendeu os cientistas, segundo a TV estatal. Mas, segundo eles, a nova fissura teve pouco efeito na erupção original, que começou em 21 de março.
    A nova fissura tem entre 300 e 400 metros e está a noroeste da original, e mais próximo ao pico de Hvannargil.
    Os cientistas explicaram que a nova fissura significa que a corrente de magna encontrou um novo caminho até a superfície. O fluxo de lava intensificou-se desde que a nova fissura abriu.
    De acordo com os pesquisadores, a erupção não ameaça os moradores locais, mas há temores que ela provoque uma erupção no vulcão Katla, que é maior, mais perigoso e fica perto dali.
    O vulcão Fimmvorduhals, no glaciar Eyjafjallajokull, no sul da Islândia, estava adormecido há 200 anos.
    Referência: AP – 1 de abril de 2010
    Demonstração impressionante do poder da natureza

    Ameaçador: um aumento de nuvens de cinzas vulcânicas na Islândia ontem (15 de abril de 2010)
    Especialistas dizem que pode haver interrupção do tráfego aéreo durante seis meses, por causa da nuvem de cinzas vulcânicas que abrange o norte da Europa. O bloqueio sem precedentes, já causou o maior caos no transporte aéreo desde a Segunda Guerra Mundial.
    O pôr-do-sol tem sido um dos mais dramáticos da história do Reino Unido, devido às nuvens de cinzas provocadas pela erupção vulcânica na Islândia.
    Fonte: Daily Mail – 16 de abril de 2010
    Erupção de um vulcão submarino
    Cientistas americanos conseguiram filmar a erupção de um vulcão submarino no Oceano Pacífico. O vídeo foi obtido com a ajuda de um robô submergível, que mergulhou a uma profundidade de 1.220 metros. Segundo os pesquisadores, trata-se da erupção mais profunda já registrada.
    A filmagem, por uma equipe da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional e da Fundação de Ciência Nacional dos Estados Unidos, mostra o exato momento em que o vulcão West Mata entra em erupção, formando uma explosão de bolhas de lava que, em contato com a água gelada, congela-se instantaneamente.
    O vídeo foi feito em maio de 2009 durante uma expedição submarina no sul de Samoa. "Como a pressão da água naquela profundidade suprime a violência da explosão vulcânica, pudemos chegar bem próximos da erupção com o robô", disse o geólogo marinho Bob Embley, segundo a agência de notícias Associated Press.
    Os cientistas esperam que as imagens e amostras coletadas com a missão ajudem a entender como é formada a crosta terrestre e como algumas criaturas marinhas sobrevivem em condições tão adversas, já que a acidez do local pode ser comparada à acidez do estômago ou de pilhas. Para se ter uma ideia, os únicos seres vivos perto da erupção eram camarões.
    Fonte: (AP) Associated Press

  • Recursos para observação das luas de Júpiter

    Júpiter
    JÚPITER:
    O Gigante do Sistema Solar

    Prof. Renato Las Casas e Divina Mourão (27/07/98)

    Depois de um longo tempo não visível nas primeiras metades das noites, sábado próximo Júpiter e suas luas serão destaque no OAP, em observações por telescópios amadores e profissionais; em aulas com recursos multimídia e em projeções comentadas de suas imagens.
    Os planetas do Sistema Solar podem ser divididos basicamente entre aqueles que como a Terra têm uma superfície sólida (Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão) e os "gigantes gasosos" (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Júpiter é o maior de todos, com um raio médio cerca de 11 vezes o da Terra e uma massa cerca de 318 vezes a da Terra (a massa de Júpiter é quase 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas juntos). A sua constituição é bem parecida com a das estrelas (aproximadamente 75% de sua massa é hidrogênio e 25% hélio, com traços de metano, água, amônia e poeira). O que vemos quando observamos Júpiter são as nuvens mais altas de sua atmosfera. Nosso conhecimento de seu interior, o qual acreditamos ter um pequeno núcleo sólido envolto em uma grande camada de hidrogênio metálico é indireto.
    Várias sondas espaciais se avizinharam de Júpiter; a primeira delas foi a Pioneer 10 em 1973 e depois a Pioneer 11, Voyager 1, Voyager 2 e Ulysses. Atualmente a sonda Galileo se encontra em órbita de Júpiter nos enviando constantemente imagens desse planeta e de suas, até hoje descobertas, 16 luas. Em dezembro de 1995 uma sonda da Galileo penetrou na atmosfera de Júpiter e nos enviou as informações mais precisas até hoje obtidas de sua constituição e proporções através de 3 camadas sucessivas de nuvens.

    LABORATÓRIO DE FÍSICA


    Júpiter tem sido um grande laboratório de física. No início do século XVII Galileo, logo após ter inventado a luneta, descobriu com ela as quatro maiores luas de Júpiter: Io, Europa, Ganimede e Calisto. A observação do movimento dessas luas em torno de Júpiter contribuiu para a afirmação de Galileo de que a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol e não que todos os astros giram em torno da Terra. Pouco depois a física, cuja paternidade podemos atribuir a Galileo, estava em franco desenvolvimento. Em 1686 um lord inglês, Isaac Newton, escreveu as "3 leis fundamentais da física" e a "Teoria da Gravitação Universal" que foram logo aplicadas às observações de Júpiter e suas luas para verificar se eram corretas.
    Atualmente várias teorias da física têm sido confrontadas com observações de Júpiter para verificar suas exatidões, ao mesmo tempo que nos permite um melhor entendimento do observado. As diversas sondas espaciais que se aproximaram de Júpiter constataram a existência de um forte e complexo campo magnético em sua volta. Teorias têm sido formuladas para explicar esse campo. Hoje em dia, com base em experimentos realizados em diversos laboratórios do mundo, inclusive no departamento de física da UFMG acreditamos ser esse campo magnético devido ao movimento de cargas elétricas em uma extensa camada de hidrogênio metálico no interior de Júpiter (veja matéria nessa página).

    JÚPITER SE TRANSFORMARÁ EM ESTRELA?

    Essa pergunta surge quando verificamos que Júpiter irradia uma quantidade de energia bem maior (1,6 vezes) que recebe do Sol. Cálculos e teorias atuais, entretanto, nos permitem afirmar que Júpiter jamais se transformará em estrela. A pressão em seu interior, mesmo muito alta, não é alta o suficiente para disparar as reações nucleares que geram a grande quantidade de energia irradiada por uma estrela. Júpiter precisaria ter uma massa 100 vezes maior para aí então ter se formado uma estrela ao invés de um planeta. Acreditamos que muita dessa energia irradiada por Júpiter seja calor residual da nuvem de gás e poeira que se contraiu para formar o sistema solar e outra parte devido a um lento processo de contração de Júpiter. Devido a essa "fonte interna de energia" temos uma complexa variação de temperatura na superfície de Júpiter, ao contrário da Terra, por exemplo, onde essa variação de temperatura é devida ao Sol.


    OBSERVAÇÃO DE JÚPITER

    Mesmo através de telescópios pequenos e baratos (~R$ 150,00?) podemos observar muitas coisas interessantes de Júpiter. Além de suas manchas e faixas a observação de suas 4 maiores luas é fascinante. Dia 01 no OAP, essa observação será feita por diversos telescópios, incluindo o telescópio principal do observatório. O visitante não só poderá acompanhar o movimento dessas luas em torno de Júpiter por esses telescópios como também por simulação de computador, em vários ângulos de visão, para facilitar a compreensão do fenômeno.
    Io gasta aproximadamente 1 dia e 19 horas para dar uma volta completa em torno de Júpiter; Europa: 3 dias e 13 horas; Ganimede: 7 dias e 5 horas e Calisto: 16 dias e 17 horas. Uma das conseqüências da teoria de Newton, citada acima é que quanto mais próximo um astro estiver do astro central ao qual orbita, menor o tempo gasto para descrever uma volta completa em sua volta. O mesmo é válido para os planetas em torno do Sol. Mercúrio gasta aproximadamente 88 dias para dar uma volta completa em torno do Sol; Vênus: 225; Terra: 365; Marte: 1,9 anos; Júpiter:11,9; Saturno: 29,5; Urano:84; Netuno: 165 e Plutão 248.

    Chuva de meteoros


    Introdução : 

    Os meteoros, também conhecidos popularmente como estrelas cadentes, são fenômenos associados com a entrada na atmosfera terrestre de pequenas partículas sólidas vindas do espaço. Ao mergulhar através do ar a altas velocidades, estas partículas deixam atrás de si brilhantes traços luminosos devido à fricção e também à ionização gerada nas camadas superiores da atmosfera.

    Este belíssimo fenômeno pode ser apreciado a olho nú, e sob boas condições de visibilidade é possível ver alguns meteoros por hora durante uma noite de observação. No entanto, em algumas épocas do ano, a Terra em sua órbita ao redor do Sol passa através de regiões com grande concentração de minúsculas partículas de poeira deixadas para trás por cometas que visitaram o Sistema Solar. Ocorrem então as chamadas chuvas de meteoros.   Nessas datas especiais, um número muito maior de meteoros pode ser observado, podendo chegar a dezenas ou até mesmo centenas de meteoros por hora.

    Esta página do Site Cosmobrain apresenta todo mês informações completas sobre as chuvas de meteoros, datas , mapas e dicas de observação.  Junte-se você também a milhares de aficcionados ao redor do globo para observar este fenômeno que cativa os seres humanos desde tempos remotos.

    Meteoro passa sobre a constelação de Touro
    Meteoro na constelação de Touro
    ©  James Senter, 1997

    Radiantes e Nomenclatura :

    Os meteoros provenientes de uma determinada chuva de meteoros parecem se originar de um mesmo ponto na esfera celeste chamado radiante.  Isto significa que se traçarmos as trajetórias de cada meteoro de trás para frente, vamos obter um padrão de linhas que convergem para um ponto ou pequena área do firmamento onde se localiza o radiante.

    Esta ilusão de que os meteoros parecem divergir a partir do radiante é um efeito de perspectiva, já que na verdade os meteoros atingem a atmosfera terrestre descrevendo trajetórias paralelas entre si.  É o mesmo efeito que notamos ao observar como as pistas paralelas de uma auto-estrada parecem se juntar num ponto distante do horizonte.

    As chuvas de meteoros recebem nomes derivados das constelações onde se encontram os seus respectivos radiantes, ou das estrelas mais brilhantes próximas aos radiantes.  Por exemplo, as Orionídeas possuem o seu radiante na constelação de Órion.  As Delta-Aquarídeas possuem o radiante próximo à estrela delta da constelação de Aquarius, e assim por diante.

    Meteoro passa sobre a constelação de Touro
    Brilhante Meteoro das Leonídeas
    ©  Franco Canepari, Itália 1999

    Chuvas de Meteoros Anuais :

    Algumas chuvas de meteoros são bem conhecidas e ocorremregularmente a cada ano.  Qualquer pessoa interessada na observação deste fenômeno pode planejar as suas observações antecipadamente, conhecendo a data correta e a hora da noite mais apropriada .

    Como o nosso planeta sempre cruza um cinturão de meteoróides no mesmo ponto da sua órbita, as chuvas de meteoros sempre ocorrem nas mesmas datas de cada ano. São as chuvas de meteoros anuais.  A Tabela 1 ao lado mostra as datas correspondentes à atividade máxima das chuvas de meteoros mais intensas do ano. 

    A Tabela exibe também a taxa horária esperada de meteoros, ou seja, o número de meteoros por hora que uma pessoa pode observar ( em condições ideais ) nessas noites e a constelação em que os meteoros se originam.


    NomeMáximoTaxaConstelação
    Quadrantídeas03 Jan120Bootes
    Lirídeas22 Abr15Lyra
    Eta-Aquarídeas05 Mai50Aquarius
    Delta-Aquarídeas29 Jul15Aquarius
    Perseídeas12 Ago80Perseus
    Orionídeas21 Out20Orion
    Taurídeas04 - 12 Nov10Taurus
    Leonídeas17 Nov100Leo
    Geminídeas14 Dez80Gemini
    TABELA 1 - As Chuvas de Meteoros Mais Importantes do Ano

    Tipos de Chuvas Meteóricas :

    As chuvas de meteoros, também chamadas por alguns autores de enxames meteóricos, apresentam uma grande diversidade quanto ao número de meteoros por hora ( THZ ), duração da atividade, características típicas dos meteoros ( como cor, brilho, velocidade, etc. ) e periodicidade. 

    Algumas chuvas meteóricas, como as Perseídeas e as Geminídeas por exemplo, são bastante regulares em relação à intensidade, e podemos esperar ver o mesmo número de meteoros durante o máximo todos os anos.  Outras chuvas apresentam intensidade variável dependendo do ano. As Leonídeas, por exemplo, mostram uma atividade excepcional apenas nos anos próximos à passagem do seu cometa associado, o Temple-Tuttle, que ocorre a cada 33 anos, exibindo uma atividade bastante baixa nos demais. Outro exemplo de enxame fortemente dependente da passagem periélica do cometa associado são as Pi-Puppídeas, que exibem um grande aumento da atividade apenas a cada 5 anos quando o cometa Grigg-Skjellerup se aproxima do Sol. 

    Podemos observar também uma grande variação quanto à duração do período de atividade de cada chuva. Enquanto que em alguns casos o pico de atividade pode durar apenas algumas horas, para outros, como por exemplo nas Delta-Aquarídeas e nas Taurídeas, esta atividade se estende durante semanas.

    Meteoro das Perseídeas em 1988
    Meteoro das Perseídeas 1988
    ©  Steve Traudt, Synergistic Visions


       Tabela 2
    Principais Chuvas de Meteoros Visuais do Ano
    por Eduardo Soares

    Chuvas MeteóricasDatasTaxaPosição do RadianteAstro Associado
    NomeAbrev.MáximoDuraçãoTHZConst.ARDecCometa ou Asteróide
    QuadrantídeasQUA03 Jan28 Dez - 07 Jan120Boo230°+45° 
    Alfa-CentaurídeasACE08 Fev28 Jan - 21 Fev10Cen210°-59° 
    Gama-NormídeasGNO13 Mar25 Fev - 22 Mar5Nor249°-51° 
    LirídeasLYR22 Abr16 Abr - 25 Abr15Lyr271°+34°Thatcher C/1861 G1
    Pi-PupídeasPPU23 Abr15 Abr - 28 Abrvar.Pup110°-45°26P/Grigg-Skjellerup
    Eta-AquarídeasETA05 Mai21 Abr - 12 Mai50Aqr338°-01°1P/ Halley
    LibrídeasLIB06 Mai01 Mai - 09 Mai4Lib223°-18° 
    Delta-Aquarídeas AustraisSDA29 Jul14 Jul - 18 Ago15Aqr339°-17° 
    Pisces-AustralídeasPAU30 Jul16 Jul - 13 Ago5PsA341°-30° 
    Alfa-CapricornídeasCAP01 Ago03 Jul - 15 Ago8Cap307°-10°Honda-Mrkos-Pajdusakova
    Iota-Aquarídeas AustraisSIA04 Ago25 Jul - 15 Ago5Aqr334°-15°2P/ Encke
    Delta-Aquarídeas BoreaisNDA08 Ago15 Jul - 25 Ago5Aqr334°-05°2P/ Encke
    PerseídeasPER12 Ago23 Jul - 22 Ago80Per47°+57°Swift-Tuttle 1862 III
    Kappa-CignídeasKCG18 Ago03 Ago - 25 Ago5Cyg289°+55° 
    Iota-Aquarídeas BoreaisNIA19 Ago11 Ago - 31 Ago5Aqr327-06° 
    Alfa-AurigídeasAUR01 Set25 Ago - 05 Set10Aur84°+42°Kiess 1911 II
    PiscídeasSPI19 Set01 Set - 30 Set5Psc05°-1° 
    DraconídeasGIA08 Out06 Out - 10 Outvar.Dra262°+54°Giacobini-Zinner
    OrionídeasORI21 Out15 Out - 29 Out20Ori95°+16°1P/ Halley
    Taurídeas AustraisSTA05 Nov01 Out - 25 Nov7Tau52°+13°2P/ Encke
    Taurídeas BoreaisNTA08 Nov01 Out - 25 Nov7Tau58°+22°2P/ Encke
    LeonídeasLEO17 Nov14 Nov - 20 Nov100(var.)Leo153°+22°55P/ Temple-Tuttle
    Alfa-MonocerotídeasAMO21 Nov15 Nov - 25 Novvar.Mon117°+01° 
    FoenicídeasPHO05 Dez28 Nov - 09 Dez5Pho018°-53°Blanpain 1819 IV
    Pupídeas-VelídiasPUP07 Dez01 Dez - 15 Dez10Vel123°-45° 
    GeminídeasGEM14 Dez09 Dez - 19 Dez80Gem113°+32°3200 Phaeton (asteróide)
    UrsídeasURS22 Dez17 Dez - 24 Dez10UMa217°+76°8/P Tuttle
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    Sobre a Tabela 2

    A tabela acima exibe dados atualizados relativos às principais chuvas de meteoros anuais conhecidas. Utilize-a para planejar as suas observações ou confirmar a procedência de meteoros observados. Apenas foram incluídos nesta tabela os enxames mais confirmados. Dezenas de outras chuvas menores deixaram de ser listadas porque ainda exigem maior estudo ou aguardam confirmação. 

    As chuvas de meteoros mais fortes e esperadas do ano aparecem em destaque 
    ( nome escrito em azul ).

    Note que na prática a Taxa Horária observada sempre vai ficar abaixo dos valores exibidos na tabela, que correspondem a situações teóricamente ideais. 

    Legenda

    Nome - nome do enxame
    Abrev. - abreviação utilizada internacionalmente
    Máximo - data de atividade máxima
    Duração - período aproximado de atividade 
    THZ - taxa horária de meteoros ( zenital ) ; var : variável
    Const - constelação onde se encontra o radiante
    AR - ascenção reta do radiante
    Dec - declinação do radiante
    Cometa ou Asteróide - astro associado, caso seja conhecido


    Obs : - no caso dos anos bissextos, considerar um dia antes das datas da tabela.