Conheça o exótico planeta onde a neve é interminável, negra e bastante quente
- Sex, 15 de Fevereiro de 2013 19:43
- Venine Ribas
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O exoplaneta HD 209458b pertence a uma família chamada 'Júpiter quente'.
Estes são planetas gigantes de gás, que estão frequentemente cozinhando
devido a sua proximidade com sua estrela. Então, quando neva no HD
209458b, não é nenhuma neve branquinha e gelada, é negra, com muita
fumaça e quente como o inferno!
Outra característica deste exoplaneta é o fato
de ele estar “preso”, ou seja, um lado está permanentemente voltado
para sua estrela, onde é sempre dia, e o outro lado é eternamente
noite. Portanto, as temperaturas no lado em que é dia, podem chegar
perto de 2.000°C, enquanto no lado que é noite, é relativamente frio, em
torno de 500°C, o que cria um ambiente propício para a neve.
É evidente que a neve lá não pode ser feita de água. A diferença
drástica de temperatura cria correntes atmosféricas, que transporta
matéria de um lado para o outro. Qualquer substância com a combinação
certa de propriedades pode ser gasosa no lado claro e condensar no lado
escuro, caindo como uma chuva. Essa é a neve de Dióxido de Titânio.
Preso na superfície
Antigos modelos de computador demonstravam que a atmosfera era propícia
para transformar o Dióxido de Titânio do lado 'dia' do planeta e
transformá-lo em neve, no lado 'noite', e sugeriam que a neve ficaria
permanentemente na superfície fria do planeta. Vivien Parmentier da Côte d'Azur Observatory, em Nice, França, propõe: "Imagine na Terra se você não tivesse um mecanismo para evaporar a água, nunca choveria".
Então, ele e seus colegas criaram um modelo 3D, mais sofisticado, que
mostra que a neve pode se converter em gás novamente, uma vez que a
temperatura e pressão atmosférica aumentem.
Um forte movimento atmosférico de gases pode soprar o Dióxido de Titânio de volta: "O gás pode voltar para as camadas superiores e nevar em um ciclo interminável", diz Parmentier.
Uma nevasca no HD 209458b seria como nenhuma já vista. Embora o Dióxido
de Titânio seja branco e brilhante, os flocos de neve podem conter
Dióxidos de Sílica, o que a torna preta.
Embora o estudo tenha sido feito a partir de um Júpiter quente, esse
modelo deve se aplicar aos outros planetas desse tipo, o que sugere que
a neve quente seja um evento comum.
Parmentier diz que, observando outro Júpiter quente, o HD 189733b, a
análise espectral sugere a presença de partículas microscópicas. David
Cante, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que ajudou a
identificar essas partículas, diz que esse novo modelo ainda vai longe
até explicar como o Dióxido de Titânio se comporta nesses planetas tão
exóticos
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